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Edwiges de Sá Pereira

  • Pessoa
  • 1884-1958

Poetisa, educadora e jornalista, Edwiges de Sá Pereira nasceu no dia 25 de outubro de 1884, em Barreiros, Pernambuco, filha do advogado José Bonifácio de Sá Pereira e Maria Amélia Gonçalves da Rocha de Sá Pereira.

Revelou-se como poetisa desde a infância e começou a ensinar muito cedo. Foi professora primária e catedrática da Escola Normal, ensinando Prática Didática e Pedagogia. Preceptora da cadeira de Português, do Curso Comercial do Colégio Eucarístico. Mestra de História Geral e do Brasil, no Instituto Nossa Senhora do Carmo e superintendente de ensino em grupos escolares do Recife.

Segundo Dulce Chacon, uma de suas alunas, apesar de não possuir um curso universitário, sobravam-lhe o saber, a cultura geral e especializada, a inteireza do caráter, a prudência, a noção do dever, todo esse conjunto de qualidades e virtudes características da Mestra, a forjadora de personalidades e de destinos...

Além de educadora, foi uma pioneira na luta pelos direitos da mulher. No final do século XIX e início do XX, lutou pela conquista da emancipação feminina, tanto através de seus escritos e palestras, quanto com atitudes práticas. Naquela época já escrevia textos defendendo o divórcio. Para ela, nenhuma mulher era obrigada a viver ao lado de um homem com que não se entendesse muito bem.

Por sua iniciativa, foi fundada a Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino e foi uma das líderes da campanha pela conquista do voto feminino no Brasil.

Participou do 2º Congresso Internacional Feminista, realizado no Rio de Janeiro, apresentando a tese Pela mulher, para a mulher, onde classifica a condição da mulher brasileira em três categorias: a que não precisa trabalhar, a que precisa e sabe trabalhar e a que precisa e não sabe trabalhar, dedicando-se, especificamente, a mudar a situação desse último grupo.

Apesar de pioneira e revolucionária não usava roupas modernas, não fumava e saía pouco de casa. Promovia reuniões na sua residência com vários intelectuais para falar de literatura e dos principais assuntos da época no Recife e no País.

Foi membra efetiva da Academia Pernambucana de Letras, tornando-se a primeira mulher a tornar-se imortal, em 1920, antecipando em quase cinco décadas a vitória de Rachel de Queiroz na Academia Brasileira de Letras. Ocupou a cadeira nº 7 no lugar de João Batista Regueira Costa. Seu discurso de posse intitulado, Um passado que não morre, foi publicado como opúsculo.

Atuou como jornalista, colaborando com diversos órgãos da imprensa pernambucana e de outros estados.

Publicou entre outros os livros, Campesinas, Horas inúteis, Jóia turca, Eva Militante e A influência da mulher na educação pacifista do após-guerra.

Edwiges de Sá Pereira morreu no dia 14 de agosto de 1958.

Fonte: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&id=257

Martha de Hollanda

  • Pessoa
  • 1903-1950

Nascida em Vitória de Santo Antão, em 1903, Martha de Hollanda é historicamente conhecida por sua luta em favor da causa feminina no início do século 20. Ainda aos 28 anos, Martha fundou a Cruzada Feminista Brasileira, um movimento pernambucano de conscientização política feminista e que tinha o objetivo de instruir mulheres, de todas as camadas da sociedade, sobre os seus papéis. Martha requereu alistamento na comarca de Vitória pela primeira vez em 1928, alegando que a Constituição de 1891, primeira do período republicano, não excluía a mulher da cidadania política. Esse pressuposto constitucional foi utilizado por diversas mulheres no país e Martha de Hollanda foi provavelmente a primeira a tentar esse feito em Pernambuco. Contudo, apesar de o juiz da comarca de Vitória, Felinto Ferreira de Albuquerque, ter dado causa ganha ao requerimento de Martha de Hollanda, o Tribunal vitoriense derrubou a sentença, por meio de recurso. Com isso, Martha de Hollanda só conseguiria o direito ao voto em 15 de março de 1933, data de sua inscrição no cartório, desta vez em nível estadual.